Programas de governo evitam catástrofe no sertão potiguar

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014 Pôla Pinto

Os últimos números divulgados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, no mês de novembro, revelam os estragos causados pela seca de 2014, uma das mais devastadoras dos últimos anos, levando em conta os inúmeros programas de convivência com a seca desenvolvidos em todo o semiárido brasileiro. “Se não fossem os programas sociais desenvolvidos pelo Governo Federal, em parceria com os governos estaduais, municipais e entidades de apoio ao homem do campo, a seca de 2014, acrescido do que já vivenciamos em 2012 e 2013, muita gente teria morrido de fome e cede em nossa região”, a afirmação é feita pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Messias Targino (SINTRAF), Genésio Pinto Neto, “Pôla Pinto”.

A afirmação feita pelo sindicalista e vice-prefeito da cidade não é nenhum exagero. Basta andar pelo interior do estado para se ter uma ideia do que representa esses programas na vida de quem mora no campo. A construção de cisternas, perfuração de poços, financiamento para produção agrícola irrigada, entre outros programas, minimizam a situação dos pequenos produtores rurais.

As Feiras Agroecológicas, na região Oeste do Rio Grande do Norte, são exemplos da importância dos programas para sobrevivência dessas famílias, mesmo com a longa estiagem que atinge o estado. Além da comercialização semanal dos produtos orgânicos, os produtores buscam novas alternativas para elevar a produção e a renda. Projetos governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), são alternativas para garantia de renda para os pequenos produtores.

Em diversas cidades da região, como Mossoró, Apodi, Governador Dix-sept Rosado, Caraúbas, Patu, Messias Targino, Janduís, Campo Grande entre outros, o que não faltam são exemplos de famílias e até comunidades inteiras que resistem às adversidades do clima desfavorável, através da organização e apoio técnico que recebem desse projeto.

“Com a construção de cisternas e barragens que vêm sendo construídas pelo Centro Padre Pedro Neefs e o Sintraf, em Janduís, que serviu de exemplo para outros municípios da região, vai ser possível garantir o aumento na produção da agricultura familiar na cidade”, destacou o sindicalista Raimundo Canuto de Brito, da cidade de Janduís, durante as comemorações pelos oito anos da Feira Agroecológica na cidade.

Lúcia Silva, representante dos feirantes de Janduís, destaca a importância do projeto para sua família. Segundo ele, tem sido os programas de incentivo aos pequenos produtores rurais que garantem a sobrevivência de muitas famílias. “A água por aqui nunca chegou de forma fácil, mas com os programas, passamos a usar de forma mais controlada a água e, mesmo com água em menor quantidade conseguimos produzir”, afirmou.

População do RN enfrenta três anos de seca implacável

Ao todo, a seca levou 1.246 dos 5.570 municípios brasileiros a decretarem situação de emergência, tendo em vista as dificuldades enfrentadas nesses municípios. Em muitos casos, as prefeituras, assim como os estados do Nordeste, tiveram que decretar emergência por mais de uma vez, renovando o período de validade da situação, como ocorreu no Rio Grande do Norte, que teve três decretos de emergência.

No RN, 152, dos 167 municípios, decretaram situação de emergência. Os números apontam os baixos índices de chuvas registrados no RN. Neste ano de 2014, o acumulado de chuvas do período chuvoso foi 35% abaixo da normalidade, segundo as últimas informações do meteorologista Gilmar Bistrot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn). “Tivemos um terceiro ano consecutivo de seca. É um quadro de seca bastante expressivo, com uma média bem abaixo do esperado”, afirma.

A média dentro da normalidade histórica para o período de janeiro a agosto, segundo ele, é um acumulado de 700 mm, considerando todo o Estado. De acordo com a medição da Emparn, agora em 2014, as precipitações ficaram em torno de 450 mm. Uma situação um pouco melhor em relação aos últimos dois anos, mas insuficiente para considerar regular. De acordo com meteorologista, no ano de 2013 o acumulado foi de 400mm, sendo 42% abaixo da normalidade e o quadro de 2012 foi o mais crítico, sendo abaixo dos 400mm.


Para piorar ainda mais a situação, as perspectivas preliminares sobre o período chuvoso em parte no Nordeste não são nada animadoras. Meteorologistas do Ceará anunciaram na semana passada que as chuvas para os próximos noventa dias na região devem ficar com maior probabilidade de precipitações abaixo da média no total do trimestre (42%). O percentual de que se atinja a média é de 33%. Acima dela é de apenas 25%.

Fonte: Jornal  de Fato


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