Uma
planta nativa da caatinga e retirada das margens do rio Apodi-Mossoró
tem ganhado destaque devido à grande procura pelas supostas propriedades
contra várias doenças.
Na cidade de Apodi, um grupo de voluntários
tem trabalhado colhendo e enviando as folhas da jaramataia para preparo
de chás em diferentes regiões do país e até no exterior.
"Colhemos,
embalamos e enviamos gratuitamente as folhas a quem nos procura. Uma das
porções de jaramataia que enviamos para um alemão que estava em Natal e
experimentou as propriedades medicinais da planta foi levada por ele
para a Alemanha. Essa planta é maravilhosa e tem curado muitas pessoas",
disse o radialista e organizador do projeto de doação de jaramataia,
Wilson Oliveira.
Os conhecimentos sobre a planta têm passado de
geração para geração e agora ganharam notoriedade devido ao trabalho de
divulgação de voluntários e usuários da jaramataia. Contudo, ainda não
há nenhuma comprovação científica dos benefícios da planta, sendo, até o
momento, usados os depoimentos de pessoas que a utilizaram e afirmam
terem alcançado cura de diferentes doenças.
Wilson Oliveira afirma
que tem buscado parcerias com laboratórios para análise das propriedades
medicinais da jaramataia, mas até o momento não obteve sucesso. Ele
conta que na próxima semana enviará folhas da planta para serem
analisadas no laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN).
"Meu medo é que o Brasil e o RN acabem perdendo esse
potencial medicinal que é a jaramataia. Muitas pessoas não dão crédito
ao poder das plantas, mas muitos remédios hoje conhecidos se originaram
dos conhecimentos populares. Não analisar a jaramataia pode fazer com
que nunca conheçamos todas as suas propriedades medicinais", explica o
radialista.
Segundo Wilson Oliveira, o chá da jaramataia tem sido
usado há mais de 300 anos, quando os escravos o preparavam para os
senhores e sinhás, além de usarem para curar doenças dentro das próprias
senzalas. Dentre as propriedades medicinais da planta, ele aponta ainda
a cura de labirintite, depressão, dores de cabeça, prisão de ventre e
dores na coluna
Fonte: Jornal O Mososroense