O governador eleito do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD),
afirmou que a sua gestão contará com um aliado substancialmente forte,
que é o Partido dos Trabalhadores. Entrevistado no Jornal do Dia (TV
Pontanegra), Robinson Faria destacou o empenho da militância e de
lideranças petistas em prol de sua vitória no pleito de domingo passado.
“O Partido dos Trabalhadores será fundamental para a minha gestão. O
PT acaba de reeleger a presidente Dilma Rousseff. O presidente Lula foi à
televisão e anunciou apoio ao meu nome para governador e pediu ao
Estado que me elegesse seu governador, portanto, o PT será fundamental e
vai ajudar no meu governo. Temos o PSD, meu partido, que no plano
nacional é aliado do PT”, disse o novo chefe do Executivo, garantindo
que a sua gestão não será isolada.
“Temos todo o trânsito em Brasília, temos bons projetos e vamos fazer
um governo promissor, de modernidade, um governo que vai recuperar todo
esse atraso, devolvendo a nossa capacidade de investimento, um governo
com viés social muito forte. Eu estou muito motivado para isso”,
argumentou o governador eleito Robinson Faria.
Ele fez questão de agradecer a Deus pela sua eleição. “Eu sou um
homem de muita fé e nunca duvidei da minha fé de ir adiante. Nunca perdi
essa fé, ela me alimentou durante toda a minha caminhada e agradecer ao
povo do Estado que me deu essa vitória”, comentou o governador eleito
do RN.
Quanto ao poder de fogo da coligação montada pelo deputado Henrique
Eduardo Alves e que venceu no primeiro turno, Robinson Faria disse que a
campanha encerrada domingo foi de superação pessoal. Mesmo reconhecendo
que seu adversário na disputa havia agrupado importantes forças
políticas, em nenhum momento se deixou intimidar politicamente.
“E principalmente acreditar no sonho, acreditar na ousadia, na
superação e ter fé, ter coragem e ganhar o mundo e foi o que eu fiz:
botei a cara no mundo e não tive medo. Tomei uma decisão, acreditei nela
e acreditei no povo, enquanto o outro candidato se equivocou e confiou
na classe política que estava em seu entorno. Eu confiei nas pessoas,
confiei no cidadão. Eu confiei na minha proposta de resistência, de
renovar a nossa política, de quebrar esse tabu, esse paradigma do Estado
só poder ser governado por sobrenomes famosos. Eles falavam em mudança e
o povo respondia questionando que mudança era essa. A mudança de um
Alves para um Maia ou de um Maia para um Alves. Apenas uma mudança de
sobrenomes? O povo realmente estava insatisfeito e eu comparava com os
Estados vizinhos, com o Ceará que cresceu, a Paraíba que está crescendo
muito e Pernambuco. Eles estavam governando o Estado há 50 anos e eu
pedi uma oportunidade”, explicou Robinson Faria.
Ele se disse preparado para exercer a função de chefe do Poder
Executivo do Rio Grande do Norte, acrescentando que estuda
permanentemente a gestão pública. Robinson argumentou que se considera o
mais preparado para gerir o Rio Grande do Norte, “não por ser melhor do
que ninguém, mas por vivenciar o dia a dia e o cotidiano das cidades.
Você só será um bom governador se gostar de ouvir, viver e aprender com a
população. Existem segredos, cadeias produtivas espalhadas em nosso
Estado e que geram empregos e renda para o povo e você só toma
conhecimento, se você for lá, se você viver o cotidiano das cidades e
frequentar as regiões”, frisa o novo governador, acrescentando que se
sensibilizava com o sofrimento dos potiguares.
“Isso me motivou a ser candidato a governador. Eu não quero ser um
governador, apenas pelo cargo
de governador. Eu quero ser um bom
governador que atenda aos anseios da população potiguar”, assinalou
Faria.
Ele rechaçou eventuais problemas de governabilidade em razão de não
ter conseguido eleger a maioria dos deputados estaduais e federais na
eleição de 5 de outubro. Para o próximo governador, o seu adversário na
disputa de domingo gostava de falar com ar de soberba de que era, “o
homem que tinha condições de salvar o Estado, porque iria abrir as
portas de Brasília”.
Robinson disse que entende essa questão de maneira diferente. Segundo
ele, as portas se abrem na Capital Federal se o gestor estadual
apresentar bons projetos. Ele ressalta a importância de uma boa equipe
de planejamento para pensar o Rio Grande do Norte para o futuro. “Não se
abre portas com arrogância e com poder político”, complementou.
Governador diz que ações serão executadas no primeiro dia
Robinson Faria informou que não pedirá tempo para analisar a situação
do Estado. Ele declarou que a sua intenção é apresentar respostas
rápidas às demandas da população. Segundo ele, a saúde e a segurança
pública serão alvo de ações incisivas logo nos seus primeiros dias de
administração.
“Eu não vou dizer a população que quando eu assumir em janeiro que
preciso de um tempo para arrumar a casa. Eu já vou começar trabalhando,
vou começar dando respostas na saúde, na segurança pública desde o
primeiro dia. Eu vou ter dois meses para preparar a minha posse e quando
eu assumir já vou ter diretrizes definidas, propostas, planejamentos
prontos para implementar logo no primeiro dia”, avisou Robinson Faria.
Ele anunciou que não promoverá aumento nos tributos e nem pretende
implantar novos tributos. “Pelo contrário, nós vamos incentivar o
surgimento de novas indústrias. Em Parnamirim, perdemos o aeroporto e
quatro indústrias para o Ceará e Pernambuco”, citou Robinson Faria,
reconhecendo que a política tributária do Rio Grande do Norte está
equivocada e sua intenção é reavaliar a política fiscal e tributária.
Governador eleito agradece o apoio do povo mossoroense
Considerada pelo próprio governador eleito do Rio Grande do Norte
como o ponto de partida para a sua vitória, Robinson Faria comemorou
junto aos mossoroenses a sua vitória, com uma grande movimentação de
rua, na Avenida Presidente Dutra, tradicional ponto de concentrações
políticas.
Ao lado do prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior, o governador
eleito do Rio Grande do Norte saudou os mossoroenses, fazendo questão de
repetir em diversas oportunidades que a segunda maior cidade do Rio
Grande do Norte foi fundamental para a sua vitória, lembrando,
principalmente, que a votação obtida em Mossoró no primeiro turno
carimbou o passaporte para que chegasse ao segundo turno e assim
conquistar a chefia do Poder Executivo norte-rio-grandense.
Ele destacou a força e o empenho do prefeito Francisco José Júnior e
seus correligionários que não se intimidaram com soberba apresentada
pelo adversário na disputa. O governador eleito lembrou que, no início
da campanha eleitoral, estava 20 pontos atrás do candidato do PMDB e,
segundo ele, foi a partir de Mossoró que começou a arrancada da vitória.