"Tanto quanto o PT, o PMDB tem o dever, a responsabilidade de zelar pelo palanque da presidente Dilma no Rio Grande
do Norte e lutar pela renovação de um projeto nacional que fez o Brasil
avançar nos últimos 11 anos". A declaração da deputada Fátima Bezerra,
feita em entrevista exclusiva ao JORNAL METROPOLITANO, em sua residência
no bairro de Ponta Negra, zona sul da capital, é mais do que um simples
recado aos aliados. É um convite, em caráter pessoal, à aliança entre
os dois partidos que são os principais pilares da base de sustentação
política do governo da presidente Dilma Roussef.
O convite à aliança vai ganhar um
caráter institucional. Até fevereiro, o Partido dos Trabalhadores vai
procurar os dirigentes do PMDB para uma conversa sobre as eleições deste
ano. Fátima Bezerra revela que, no plano nacional, as direções do dois
partidos já conversaram e entendem que podem reproduzir, no Rio Grande
do Norte, a aliança vitoriosa firmada para eleger Dilma Roussef e
reafirmada com o projeto da reeleição. "No Rio Grande do Norte, os
projetos do PT e do PMDB não colidem. O PT quer disputar o Senado,
manter a cadeira na Câmara e ampliar a representação na Assembleia
Legislativa. O PMDB quer disputar o Governo do Estado".
A deputada federal afirma que no
primeiro semestre de 2013, o PT conversou com diversos partidos, mas não
procurou, de forma institucional, o PMDB. "Naquele período, o PMDB
ainda estava apoiando o governo democrata", lembra. No segundo semestre
do ano, veio o rompimento do PMDB com a governadora Rosalba Ciarlini.
Ocorreu, também, outro fato político importante: o rompimento do PSB,
comandado pelo governador Eduardo Campos, de Pernambuco.
Para firmar alianças eleitorais em
2014, o PT estabeleceu dois critérios irremovíveis: que os potenciais
aliados apoiem o governo da presidente Dilma e tenham compromisso com o
projeto de reeleição e que estejam no bloco da Oposição ao governo
democrata no Rio Grande do Norte. O rompimento do PMDB com Rosalba ajuda
a aproximação com o PT, mas, por outro lado, o rompimento de Eduardo
Campos e sua aliança com Marina Silva excluem o PSB do arco de alianças
do Partido dos Trabalhadores.
PARTIDO
Fátima Bezerra afirma, ainda, que as
divergências surgidas durante o processo de eleições diretas dos
dirigentes do PT estão devidamente superadas. "O PT debate, discute e
diverge no campo das ideias, mas, tomada a decisão, caminha unido na
ação", declara a deputada federal.
Fazendo uma analogia com o futebol, Fátima diz que as conversas com os aliados levarão em conta mais do que a escalação do time que vai disputar as eleições. "Precisamos definir o que esse time vai apresentar ao projeto do Rio Grande do Norte que precisa de um projeto audacioso, moderno, participativo e democrático de governo"