Falta de recursos encolhe Programa

terça-feira, 5 de novembro de 2013 Pôla Pinto




O governo do estado reduziu pela metade o volume de leite distribuído aos beneficiários do Programa do Leite no Rio Grande do Norte, que passou de 130 mil litros por dia, distribuído no auge do programa, para 67 mil.

A redução está em vigor desde o início do mês e só deverá ser revista em janeiro de 2014, quando o governo espera concluir o recadastramento dos beneficiários e excluir todos os que não se encaixam no perfil do programa.

Segundo o secretário de Agricultura do estado, Tarcísio Bezerra, famílias que antes recebiam até sete litros por semana, receberão três ou, no máximo, quatro.

O número de beneficiários também poderá cair em 2014, segundo o secretário. O governo está recadastrando os beneficiários em todos os municípios. O recadastramento, realizado em parceria com a Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, será concluído até dezembro e deverá reduzir a lista de famílias contempladas. “Tem gente que está dentro e deveria estar fora”, observa o secretário.

De acordo com o secretário, o Estado não dispõe de recursos suficientes para bancar o programa com o volume de leite que estava sendo distribuído. “O programa nos custa R$ 6,6 milhões todo mês. Não temos orçamento para isso. Com esse corte, vamos reduzir para  R$ 3,5 milhões para poder pagar e aos poucos ir colocar o que está atrasado em dia”.

O secretário confirma que o governo deve cerca de R$ 9,5 milhões aos fornecedores do programa. Dívida que, segundo ele, será saldada em quatro ou cinco meses.

Impactos

Para o Sindicato dos Produtores de Leite do Estado (Sinproleite), a redução no volume comprado aos produtores poderá colocar o programa de volta nos eixos, desde que acompanhada pelo monitoramento da qualidade do leite distribuído, pelo aumento do preço ao fornecedor e pela regularização do pagamento. “Sem isso, a mudança será um desastre”, diz o presidente, Marcelo Passos.

O Sindicato das Usinas de beneficiamento de Leite (Sindileite) se diz preocupado com o impacto da redução. “Com essa redução, muitos produtores e usinas poderão quebrar no estado”, afirma Dalton Cunha, presidente do Sindicato.

Segundo ele, 20 usinas de beneficiamento fornecem leite para o governo atualmente. Deste total, quatro só vendem para o governo. A redução no volume vendido ao governo levará, segundo ele, a uma redução na receita das empresas e poderá gerar demissões no setor.

Hoje o governo compra, sozinho, metade de tudo o que as usinas produzem. O sindicato das usinas se reúne hoje com o secretário de Agricultura. O dos produtores tenta agendar uma reunião para essa semana. “Queremos discutir a forma como se deu essa redução”, diz Cunha.


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