As declarações da presidenta Dilma Rousseff dadas em Nova York, tanto
ontem quanto na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, são
diretas e objetivas. Atendem ao interesse nacional no que diz respeito
às relações com os Estados Unidos e a nosso desenvolvimento econômico e
social.
Ontem, por exemplo, discursou para empresários e disse que o Brasil
tem uma demanda reprimida, necessitando de “ação combinada do setor
privado e do governo”. Ela enfatizou que o país respeita as instituições
e os contratos.
“Não interessa quem fez o contrato. Você pode não gostar de quem fez e
discordar do contrato, mas ele é cumprido. Isso começou no governo
anterior ao do presidente Lula, o presidente Lula respeitou isso.”
E chamou atenção para os avanços na última década: aumento do PIB em
40%, criação de 20 milhões de empregos, expansão da massa salarial em
75% e taxa média de investimento de 6,7% ao ano.
Mas a presidenta também reconheceu gargalos na infraestrutura e a
necessidade de novos marcos regulatórios. “Nosso país ingressou na
década passada num ciclo de aceleração do seu desenvolvimento econômico e
social e agora é necessário perceber que nosso desafio é diferente.”
Internet e espionagem
Dilma também ressaltou aquilo que vem se tornando prioridade em seus
pronunciamentos: a segurança e na internet. A presidenta enfatizou a
importância na neutralidade da rede num marco regulatório global.
“Não estamos pedindo a interferência da ONU. Não estamos dizendo
‘ONU, controle a internet’. Nós não concordamos com esse tipo de
controle. Estamos dizendo ‘ONU, preserve a segurança, não deixe que a
próxima guerra se dê dentro do mundo cibernético, com hackers e tudo’.”
E disse ainda que, após a espionagem norte-americana, o futuro da
relação Brasil-EUA “terá de ser construído” a partir da resposta que for
dada para o caso.
Dilma falou o fundamental
Dilma falou para o mundo político e empresarial, para o poder
nacional e o norte-americano. E também para o seu povo, o nosso povo,
para os investidores brasileiros e estrangeiros, para os seus governos.
Falou o fundamental. O Brasil, só para atender as demandas sociais de
seu povo, tem demanda para crescer 10 anos. Tem todas as condições não
apenas macroeconômicas, mas também institucionais.
Mais do que isso, o Brasil tem governo e rumo, estratégia e vontade
política de continuar a crescer com distribuição de renda e defesa do
interesse nacional, combatendo a pobreza e as desigualdades, sempre em
democracia.
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)