A prioridade do Partido
dos Trabalhadores nas eleições estaduais do próximo ano me parece clara:
a eleição de Fátima Bezerra para o Senado da República.
A candidatura de Fátima é
consistente e já se faz sentir nas pesquisas de opinião. Mas é também
nas pesquisas eleitorais que surge o nome do deputado Fernando Mineiro
para o governo.
Mineiro foi candidato a
prefeito de Natal no último pleito e quase passa para o segundo turno.
Bateu na trave. Se tivesse disputado a segunda etapa, avaliam os
analistas, poderia ter superado o favorito e eleito Carlos Eduardo Alves
(PDT).
Cada eleição é diferente, mas Mineiro aparece como opção para o governo por causa do recall da última refrega eleitoral.
Ele é um cara preparado.
Estudioso. Antes de falar sobre qualquer assunto no plenário da
Assembleia ou em qualquer reunião ou seminário do partido, Mineiro
estuda os números, avalia os dados e costura um discurso coerente aos
interesses do seu partido e, muitas vezes, da sociedade.
O eleitorado tem
demonstrado que deseja um nome diferente para a próxima eleição. E
Mineiro pode encarnar essa expectativa de mudança.
O problema é que o PT já
tem um nome para disputa majoritária. Como eu falei no início, este
nome é Fátima Bezerra. Cabe perguntar: até que ponto o projeto de
Mineiro pode atrapalhar o de Fátima??? E vice-versa???
Perguntei a Mineiro e
ele respondeu de bate-pronto: a prioridade do PT é Fátima. Mas foi claro
também ao dizer: "Meu nome está à disposição do PT para o governo. Mas
só vou encarar a disputa se o partido estiver unido. Eu não vou repetir
2010", disse.
Em 2010, ele teimou ser
candidato a prefeito mesmo sem a concordância do grupo de Fátima
Bezerra, que simpatizava com o apoio a Carlos Eduardo (PDT) desde o
primeiro turno.
Fernando Mineiro teimou e
surpreendeu com boa votação. A história pode se repetir no ano que vem?
Claro que pode. Mas Mineiro exige a união da legenda e o apoio da
Executiva Nacional. Este apoio do comando nacional lhe faltou em toda
eleição da capital.
O caminho de Mineiro
pode resultar numa chapa puro-sangue. Se Fátima Bezerra for alijada do
acordão que está sendo montado pelo PMDB, o PT pode enveredar por chapa
própria. Mineiro para o governo e Fátima para o Senado. Por enquanto, o
PT prioriza o arco de alianças.