Bispos visitam acampamento de famílias prejudicadas por projeto de irrigação em Apodi

quarta-feira, 4 de setembro de 2013 Pôla Pinto


Bispo Dom Mariano Manzana integra comitivaBispo Dom Mariano Manzana integra comitivaAPODI - O arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha; o de Mossoró, dom Mariano Manzana; e o administrador diocesano de Caicó, Pe. Ivanoff Pereira da Costa realizam uma visita pastoral e celebração da palavra, às 16h, de hoje, ao acampamento Edivan Pinto, em Apodi, que abriga mais de mil famílias atingidas pelo Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi, responsabilidade do Dnocs.
A visita tem como objetivo conhecer a realidade das famílias atingidas pelo projeto. Na ocasião, a Igreja do RN, com seus pastores e agentes de pastoral, renovará o compromisso de apoio e defesa dos direitos das famílias campesinas atingidas pelo projeto do Apodi.
Durante a visita seráexigido das autoridades constituídas o respeito à dignidade humana das pessoas atingidas, e com a defesa dos direitos e garantias fundamentais de cada família, a fim de que a paz e a justiça social sejam restabelecidas e garantidas.
Desde o ano passado, quando o projeto começou a ser mais divulgado, as mulheres e seus familiares têm recebido apoio da Marcha Mundial das Mulheres (PMM).
Em dezembro, a MMM realizou a atividade "24 horas de Ação Feminista" e no último sábado, as famílias camponesas de Apodi foram lembradas durante a mobilização de encerramento do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, em São Paulo, com o lema "Somos Todas Apodi".
Com relação à visita dos bispos, a coordenadora nacional da MMM, Conceição Dantas, afirma que esse ato mostra que a Igreja está do lado das pessoas pobres, o que foi também salientado com a vinda do papa Francisco ao Brasil. "A Igreja está se posicionando a favor das pessoas e contra projetos que só vão prejudicar ainda mais a vida de famílias provocando mais fome e miséria", declara Conceição.
O projeto do perímetro irrigado da Chapada do Apodi prevê entregar as terras da região e a água da barragem de Santa Cruz a cinco grandes empresas da fruticultura irrigada causando a desapropriação de cerca de seis mil agricultoras e agricultores apodienses.
Apodi tem na agricultura sua principal atividade econômica e ela é desenvolvida nas pequenas propriedades camponesas. É na Chapada do Apodi que está a segunda maior produção de mel de abelha do Brasil e um dos maiores rebanhos de caprinos do país.
O que o projeto prevê?
- Entregar as terras da Chapada e a água da Barragem de Santa Cruz para 5 empresas do agronegócio;
- Retirar centenas de famílias de pequenos agricultores e agricultoras de suas terras;
- Provocar o envenenamento das terras, das águas e da população com o uso de agrotóxicos pelas multinacionais;
- Acabar com a produção de mel, da caprino-ovinocultura, da avicultura
- Ocasionar a escassez de água para os produtores de arroz do vale;
- Promover impactos negativos nas três dimensões da sustentabilidade, social, ambiental e econômica, destruindo o modelo em curso e inaugurando um outro baseado na acumulação e na exploração das pessoas e da natureza.


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