Mineiro debate alternativas de convivência com a seca com agricultores familiares em Janduís
Em sua terceira viagem
às regiões atingidas pela seca no interior do Rio Grande do Norte, o
deputado Fernando Mineiro (PT) visitou, na sexta-feira (16), os
municípios de Janduís e Campo Grande, ambos no Médio Oeste. Na primeira
cidade, se reuniu com representantes de associações, sindicatos e outras
entidades ligadas à agricultura familiar.
A reunião aconteceu na Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e
Assistência Social de Janduís. Além de Janduís, as cidades vizinhas de
Campo Grande, Messias Targino, Paraú, Caraúbas e Patú também estavam
representadas. Em pauta, os efeitos da estiagem e as alternativas de
convivência com a seca.
Mineiro ouviu os relatos dos vereadores, secretários municipais,
agricultores familiares e representantes dos movimentos sociais sobre a
situação em cada cidade. As dificuldades são comuns a todas elas: o
drama nas áreas rurais, onde falta água para consumo humano e para os
animais; a dependência dos carros-pipa, até mesmo na zona urbana, para
consumo da população; e a dificuldade de acesso ao crédito aos
produtores rurais.
Os moradores reclamaram da lentidão do governo estadual, cujas ações
para combater os efeitos da seca têm demorado a chegar aos municípios.
Mineiro afirmou que as associações precisam agir em conjunto para cobrar
providências e agilidade do Executivo.
“Temos 144 municípios que decretaram emergência, o que significa que
quase 500 mil pessoas estão sofrendo os efeitos da seca. O governo
federal tem tomado uma série de medidas, mas tenho sentido que essas
ações não estão chegando à ponta [nas cidades]”, comentou.
Mineiro citou o seguro safra, programa destinado a agricultores que
perderam a produção em virtude da seca ou do excesso de chuvas, que
beneficia 45 mil famílias no RN. Ele observou que é preciso levantar
quem ainda não está cadastrado e que precisa obter o auxílio.
O deputado disse, ainda, que as prefeituras precisam ajudar os
agricultores com o cadastro para receber o milho da Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento). Há 12 mil famílias cadastradas, mais 2,5 mil
cadastros sendo analisados atualmente.
“Há recursos disponíveis para instalação de poços, mas o governo está
muito atrasado [nessa ação]. Na semana passada, o governo publicou
dispensa de licitação para fazer poços, mas precisa ver onde serão
abertos e se vão chegar mesmo aos municípios mais necessitados”,
observou.