segunda-feira, 19 de novembro de 2012 Pôla Pinto

Fátima faz pronunciamento sobre a seca no RN

Imagem Interna


A deputada federal Fátima Bezerra (PT) discursou na tribuna da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (19) sobre fenômeno da estiagem no Nordeste, com destaque para o RN, um dos estados mais castigados.
“O fenômeno da estiagem no Nordeste, cíclico e previsível, ainda é capaz de surpreender e revelar o quanto nossa região está despreparada. O Rio Grande do Norte não está fora dessa realidade. Pelo contrário, nosso Estado é um dos mais castigados por ter 70% de sua área geográfica no semi árido. São mais de 120 municípios que padecem com a falta d’água para consumo humano e animal, além da perda dos rebanhos e das lavouras. A situação é crítica e deverá piorar porque a previsão para 2013 também é de inverno irregular”, evidenciou a deputada.

Leia o pronunciamento na íntegra: 
 
O fenômeno da estiagem no Nordeste, cíclico e previsível, ainda é capaz de surpreender e revelar o quanto nossa região está despreparada para a convivência com UM problema secular, fortemente registrado ao longo da nossa história, com consequências dramáticas para milhões de habitantes, principalmente os mais pobres.
 
O Rio Grande do Norte não está fora dessa realidade. Pelo contrário, nosso Estado é um dos mais castigados por ter 70% de sua área geográfica no semi-árido. São mais de 120 municípios que
padecem com a falta d’água para consumo humano e animal, além da perda dos rebanhos e das lavouras. A situação é crítica e deverá piorar porque a previsão para 2013 também é de inverno irregular.
 
Como o objetivo desse pronunciamento não é apenas identificar o problema, mas propor soluções emergenciais, quero priorizar três pontos que considero de alta relevância para atenuar os efeitos da atual situação de estiagem.
 
O primeiro é a operacionalização do Crédito Emergencial, que os agricultores familiares não conseguem acessar. O principal entrave para isso é que as normas burocráticas são as mesmas adotadas para outros créditos do PRONAF. O resultado é que, segundo dados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte – FETARN, até o momento apenas 2% do público que deveria ser beneficiado, conseguiu vencer a burocracia e ter acesso a esses recursos, que são fundamentais para salvação dos rebanhos, um dos pilares da economia rural do semi-árido. Só para citar um exemplo, em Mossoró existem cerca de 600 projetos em análise e sem perspectiva de aprovação a curto prazo. A solução para isso é a adoção de uma resolução especial do Governo federal que trate o Crédito Emergencial de forma diferenciada para que ele cumpra o objetivo de sanar situações que, de fato, são de emergência. Se isso não for feito de forma rápida, corremos o risco de ver esse crédito se transformar numa figuração sem efeito prático.
 
Outra questão que requer providências imediatas é a distribuição de milho subsidiado por parte do Governo federal por parte de CONAB. Quero destacar que esse é um programa de largo alcance social e fundamental para a preservação dos rebanhos de bovinos, caprinos, suínos, etc. O Governo Federal ampliou o programa e adotou medidas para evitar desvios e centralização na aquisição por parte dos médios e grandes produtores. O problema é que a CONAB não dispõe de estrutura suficiente para fazer o produto chegar aos agricultores. Em Audiência realizada pelo mandato do deputado Fernando Mineiro do PT com a participação da Direção da CONAB, representantes da Agricultura Familiar, do nosso mandato e da Delegacia do MDA, a CONAB assumiu o compromisso de que até o início de 2013 a distribuição será normalizada e ampliada, o que esperamos seja de fato efetivada. O Governo estadual deveria ter uma postura pró ativa e atuar junto a esse programa como parceiro, contribuindo não apenas com as informações sobre os rebanhos vacinados (condição para acessar o milho), mas também na questão do transporte.
 
O terceiro grande problema é o da água. Com o colapso de grande parte das cisternas de placas e dos açudes de pequeno porte, todo o processo de distribuição depende dos reservatórios de médio e grande porte, das adutoras e de carros-pipa, que já abastecem mais de 80 municípios, com muita precaridade. Além disso, em algumas regiões está sendo adotado racionamento nas adutoras.
 
Como a previsão é que o problema de distribuição de água se intensifique em 2013, é fundamental ampliar o número de carros pipa. Além de uma ação articulada entre as diversas esferas do Governo para um enfretamento mais eficaz desse gravíssimo problema.


Deixe seu comentário

Tecnologia do Blogger.
Design desenvolvido por Railton Rocha | 84 9667-0229.