El Niño’ pode influenciar inverno de 2016

quinta-feira, 10 de setembro de 2015 Pôla Pinto

José Espínola, especialista em Climatologia, fala sobre previsões e faz um alerta à população para economizar água – Foto Wilson Moreno 

A situação dos reservatórios de água no Estado dia após dia vem sendo motivo de mais preocupação, tendo em vista que o volume de chuvas nos últimos anos tem sido insuficiente para manter o acumulado e o abastecimento das cidades já está sentindo os efeitos. Para a meteorologia, a previsão é de que, caso a atual situação de fenômenos da natureza não se reverta até o final do ano, o período chuvoso de 2016 também será de pouca incidência. 

Nesta semana, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) divulgou que 40% dos reservatórios do Estado ou estão secos ou em volume morto e ainda que a reserva de água do RN está em 20% – o percentual corresponde à média dos níveis dos reservatórios. 

A esperança de que o próximo ano a situação melhore com um período chuvoso satisfatório vai diminuindo a cada previsão meteorológica. De acordo com informações do especialista em Climatologia da Universidade Federal do Semiárido (UFERSA), José Espínola, o país está sofrendo com os efeitos do fenômeno chamado ‘El Niño’, cuja incidência está de moderada a forte e tem causado a diminuição da ocorrência das chuvas. Quanto às previsões para o próximo ano, o especialista disse que “caso o quadro não se reverta até o mês de dezembro, é bem provável que o período chuvoso de 2016 seja prejudicado, mas podem ocorrer algumas mudanças, já que estamos tratando de um fenômeno relativamente novo e que pode causar surpresas até mesmo nos meteorologistas”, diz. Esse episódio do ‘El Niño’ iniciou-se de forma efetiva em maio de 2015 e influenciou tanto no aumento da ocorrência de chuvas na Região Sul do Brasil, como na diminuição da ocorrência de chuvas sobre o Norte da Região Nordeste, área de atuação da Zona de Convergência Intertropical no período de fevereiro a maio. 

Segundo o titular da Semarh, Mairton França, hoje, o Açude Armando Ribeiro Gonçalves, situado no Vale do Açu e o maior reservatório do Estado, está com 630 milhões de metros cúbicos de água. A capacidade máxima é de 2 bilhões e 400 milhões de metros cúbicos de água. A realidade é alarmante. “A previsão é que o Açude Armando Ribeiro Gonçalves chegue à situação de alerta em dezembro deste ano, quando poderá atingir 570 milhões de metros cúbicos de água. Se não chover e não conseguirmos aumentar as reservas de água, a previsão é que a barragem chegue ao volume morto em outubro de 2016″, ressalta. 

Para Espínola, a situação é muito preocupante, tendo em vista que até agora os efeitos da seca podem ser vistos com os prejuízos da agricultura e na manutenção dos rebanhos no Estado, mas que o problema pode se agravar ainda mais com reflexo na própria população. “É preocupante dizer que por enquanto temos visto notícias de morte de rebanhos, mas se continuar nesse mesmo passo, poderemos ouvir sobre a morte de gente. O momento é de muita expectativa para a meteorologia e não há muito o que se possa fazer a não ser alertar a população para que economizem água o máximo que puder”, enfatiza. 

A gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) continua monitorando e analisando diariamente o comportamento dos oceanos. Informações mais conclusivas sobre o comportamento para o período chuvoso de 2016 somente poderão ser apresentadas a partir dos próximos meses. 

Fonte:Gazeta do Oeste


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