O resultado da eleição suplementar de Mossoró, realizada ontem, poderá provocar reflexos na sucessão estadual. A avaliação
é do deputado Fernando Mineiro (PT), após a vitória do prefeito
interino Francisco José Júnior (PSD) e seu vice Luiz Carlos (PT). Pelo
Twitter, ele comentou que o efeito colateral da vitória da chapa PSD-PT “é a derrota acachapante do acordão no segundo colégio eleitoral do RN”.
Mesmo ponderando que não é uma relação automática, Mineiro destacou que
o resultado da eleição de ontem “reforça a chapa PSD-PT” para a disputa
de outubro, encabeçada pelo vice-governador Robinson Faria e pela
deputada Fátima Bezerra.
“A vitória de Silveira e Luiz Carlos em Mossoró não decidirá as eleições de outubro, mas terá influência [sobre o pleito].
Só os cegos pelo acordão não veem”, comentou, acrescentando que é
“melhor que os defensores do acordão acreditem que eles não foram
derrotados em Mossoró.”
Para Mineiro, o resultado das urnas em Mossoró “revela, em parte, o
esgotamento de um modelo político em vigor naquela cidade e no estado.”
Ele disse que “a compreensão desse esgotamento” foi que o fez defender a
candidatura própria do PT nas eleições municipais de 2012 em Natal.
Mineiro disse considerar “ingenuidade política” pensar que a vitória de
Francisco José Júnior e Luiz Carlos represente “o fim da oligarquia
Rosado em Mossoró”, mas afirmou que “o grupo sofreu um duro golpe”.
Francisco José Júnior foi eleito com 68.915 votos, o que representa 59,88%% dos votos válidos. Em segundo lugar, a deputada Larissa Rosado (PSB) obteve 37.053 votos (32,20%).
Além da enorme vantagem do
prefeito eleito sobre sua adversária, chama a atenção também a queda na
votação de Larissa. Em 2012, quando foi derrotada pela prefeita cassada,
Cláudia Regina (DEM), ela teve 63.309 votos (46,97%). É provável que os
votos perdidos pela candidata do PSB, cujo vice era do PMDB, tenham se
distribuido entre Francisco José Júnior, brancos, nulos e abstenções.
Outro fato importante sobre a eleição de ontem em Mossoró foi o grande número
de abstenções. No pleito de 2012, o índice registrado foi de 12,8%,
passando, ontem, para 18,45%. O mesmo comportamento se verificou com os
votos nulos (4,68% em 2012 – 11,15% em 2014) e brancos (2,32% em 2012 –
4,42% em 2014). Enquanto isso, os votos nominais (soma de todos os
candidatos) caíram de 134.793 na eleição de 2012 para 115.083 no pleito
suplementar deste ano.