Eleição em Mossoró poderá ter reflexos estaduais

terça-feira, 6 de maio de 2014 Pôla Pinto

O resultado da eleição suplementar de Mossoró, realizada ontem, poderá provocar reflexos na sucessão estadual. A avaliação é do deputado Fernando Mineiro (PT), após a vitória do prefeito interino Francisco José Júnior (PSD) e seu vice Luiz Carlos (PT). Pelo Twitter, ele comentou que o efeito colateral da vitória da chapa PSD-PT “é a derrota acachapante do acordão no segundo colégio eleitoral do RN”. 
 
Mesmo ponderando que não é uma relação automática, Mineiro destacou que o resultado da eleição de ontem “reforça a chapa PSD-PT” para a disputa de outubro, encabeçada pelo vice-governador Robinson Faria e pela deputada Fátima Bezerra.
 
“A vitória de Silveira e Luiz Carlos em Mossoró não decidirá as eleições de outubro, mas terá influência [sobre o pleito]. Só os cegos pelo acordão não veem”, comentou, acrescentando que é “melhor que os defensores do acordão acreditem que eles não foram derrotados em Mossoró.”
 
Para Mineiro, o resultado das urnas em Mossoró “revela, em parte, o esgotamento de um modelo político em vigor naquela cidade e no estado.” Ele disse que “a compreensão desse esgotamento” foi que o fez defender a candidatura própria do PT nas eleições municipais de 2012 em Natal.
 
Mineiro disse considerar “ingenuidade política” pensar que a vitória de Francisco José Júnior e Luiz Carlos represente “o fim da oligarquia Rosado em Mossoró”, mas afirmou que “o grupo sofreu um duro golpe”. 
 
Francisco José Júnior foi eleito com 68.915 votos, o que representa 59,88%% dos votos válidos. Em segundo lugar, a deputada Larissa Rosado (PSB) obteve 37.053 votos (32,20%). 
 
Além da enorme vantagem do prefeito eleito sobre sua adversária, chama a atenção também a queda na votação de Larissa. Em 2012, quando foi derrotada pela prefeita cassada, Cláudia Regina (DEM), ela teve 63.309 votos (46,97%). É provável que os votos perdidos pela candidata do PSB, cujo vice era do PMDB, tenham se distribuido entre Francisco José Júnior, brancos, nulos e abstenções. 
 
Outro fato importante sobre a eleição de ontem em Mossoró foi o grande número de abstenções. No pleito de 2012, o índice registrado foi de 12,8%, passando, ontem, para 18,45%. O mesmo comportamento se verificou com os votos nulos (4,68% em 2012 – 11,15% em 2014) e brancos (2,32% em 2012 – 4,42% em 2014). Enquanto isso, os votos nominais (soma de todos os candidatos) caíram de 134.793 na eleição de 2012 para 115.083 no pleito suplementar deste ano.


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