“É equivocado e oportunista afirmar que o PT afundou a Petrobras que cresceu como nunca em 10 anos”, diz economista
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) discursou na Câmara para destacar o
momento vivido pela Petrobras, baseando-se em análise feita pelo
economista Jean Paul Prates, diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais
e Energia (CERNE), e publicada recentemente no O Globo online. “Para o
economista, mais do que nunca, a Petrobras está na berlinda do jogo
eleitoral”. Ele segue afirmando que “não se trata de uma estreia, pois
os debates sobre a alegada intenção de privatizá-la atormentaram
campanhas presidenciais desde Getúlio até os recentes embates de Serra e
Alckmin versus Lula e Dilma”, disse.
O foco da oposição desta vez, segundo a deputada, são atos gerenciais
de fundamentação duvidosa, como a compra da refinaria norte-americana de
Pasadena - somada à investigação de tráfico de influência e corrupção.
“Jean Paul, um dos mais respeitados profissionais da área de energia,
‘como todos nós’, defende que se apurem crimes, falcatruas e
picaretagens, e que se punam culpados investigados, defendidos e
julgados - como cabe em qualquer democracia civilizada”, disse a
deputada. Na avaliação dele, entretanto, destacou Fátima Bezerra, e de
“todos os cidadãos e cidadãs que se preocupam verdadeiramente com o
Brasil e com a Petrobras, é patente que o objetivo político é atingir a
fama de gestora rígida e competente da Presidente Dilma Rousseff e
também de sua executiva-chefe na empresa, Graça Foster”.
No seu discurso Fátima informa que o economista Jean Paul analisa ainda que “diferentemente de outros órgãos públicos
em que comissionados e funcionários passam um mandato ou outro, a
Petrobras: é um corpo com vida própria, e que sabe se defender. Além
disso, individualmente, quem tem a carreira em jogo numa empresa como a
Petrobras não permite ser enxovalhado por político ou mídia marrom:
Graça Foster e a maioria das ‘pratas da casa’ na Petrobras são desta cepa”.
Para Jean Paul, “é completamente equivocado, oportunista e até uma atitude de má fé
afirmar-se que a empresa está quebrada ou que foi o PT quem afundou a
Petrobras. Há que ser justo e reconhecer que a empresa cresceu como
nunca nos últimos 10 anos. Oscilações e percalços são ossos do ofício
para uma empresa mista que tem que se equilibrar entre os interesses do
Estado brasileiro e os do mercado de ações”, analisa.
“O tradicional dilema entre preços internacionais
para os combustíveis no Brasil versus controle inflacionário não é
invenção ‘lulista’. O Brasil nunca teve preços de combustíveis
integralmente livres. Todo e qualquer governo, de todo e qualquer
partido, terá que enfrentar algum tipo de antipatia em relação a este
dilema: só tem que escolher entre a população do Brasil inteiro
(inclusive as demais cadeias produtivas afetadas pelos fretes
rodoviários) e o restrito grupo de acionistas da Petrobras”.
Para Jean Paul, continuou a deputada Fátima, “é justamente por ser uma
estatal que muitos investidores - desde pessoas físicas nacionais até fundosfundos e conglomerados estrangeiros - sempre compraram e continuam comprando ações da Petrobras”.