“Depois de muitos anos, pela primeira vez no Brasil, o Governo Federal
deu um tratamento adequado ao problema que afeta e exclui milhares de
agricultores do acesso a umas das mais importantes políticas públicas da
história para a agricultura familiar, o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]”, avaliou Coordenador de Política Agrícola da FETRAF-BRASIL, Celso Ludwig.
Com a Resolução nº 4309 agricultores familiares enquadrados na
Resolução 4028, publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) tem até
o dia 30 de junho de 2014 para renegociar dívidas.
Com isso serão beneficiários os agricultores familiares com operações
de custeio e investimento do Pronaf contratadas até 30 de junho de 2010,
com risco integral ou parcial das instituições financeiras,
com Declaração de Aptidão ao Pronaf válida na data da contratação da
operação de composição de dívidas, referente à operação em situação de
adimplência no dia 18 de novembro de 2.011, contratadas até 30 de junho
de 2008 e, de inadimplência no dia 18 de novembro de 2.011, contratadas
até 30 de junho de 2010;
Também os agricultores que tinham operações de custeio e de
investimento do Programa para Geração de Emprego e Renda Rural (Proger
Rural) Familiar contratadas de 26 de junho de 2003 a 28 de junho de
2004.
O prazo de reembolso das operações de recomposição de dívidas é até 10
anos, em parcelas anuais, com o vencimento da primeira parcela em 2015,
quando se tratar de renegociação formalizada no período de 11 de
fevereiro a 15 de outubro de 2014. Os encargos da nova operação serão
de 2% ao ano.
De acordo com Celso Ludwig, é
importante destacar que para a FETRAF-BRASIL essas dívidas foram
contraídas devido a um conjunto de fatores, como climáticos, problemas
de preços, falta de orientação técnica e crédito para os agricultores familiares.
“Nós ficamos numa situação de vulnerabilidade social, e durante muitos
anos pautamos nas jornadas estaduais e nacionais uma solução efetiva
para situação das dividas dos agricultores familiares e assentados da Reforma Agrária”, observou.