Museologia e Redução de Danos no Consumo de Drogas Psicoativas – Um Projeto Experimental em Campina Grande/Paraíba

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014 Pôla Pinto




Acervo museológico de derivados do cânhamo
                             A questão do consumo de drogas psicoativas coincide com a história da humanidade. Ao longo da evolução histórica, os humanos se relacionaram de diferentes formas com esta prática. Contemporaneamente, o consumo mercantil trouxe padrões comportamentais patológicos envolvendo o uso de drogas, ao ponto de se caracterizar um problema sanitário que se espalha por todo o tecido social, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias para intervir na questão. Baseada na tolerância e no respeito às escolhas individuais, as técnicas de redução de danos ao uso de drogas têm sido, paulatinamente, assimiladas por um contingente significativo de usuários e incorporadas ao sistema único de saúde (SUS).
 
                                Um dos primeiros espaços experimentais da técnica de redução de danos ao consumo de drogas psicoativas, utilizando recursos museológicos, foi a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na grande Natal/RN, no anos finais do século passado, sob a direção do especialista em segurança Igor Pípolo, promovendo palestra do criminólogo alemão Sebastian Scherer sobre processos abolicionistas do consumo psicoativo e exposição do acervo de produtos derivados do cânhamo, pertencente ao ativista Tota Agra da cidade de Campina Grande/PB, sob curatela do médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio de Andrade Filho.
 
                           A partir de um acervo museológico formado por produtos não-psicoativos derivados da Cannabis sativa (Planta macho - cânhamo), tenta-se com o presente projeto dar conformação a uma intervenção baseada na estratégia de redução de danos ao consumo de drogas em Campina Grande, segunda maior cidade do interior do Nordeste Brasileiro e a maior do interior Paraibano. Propõe-se a estruturação de um projeto nos moldes da política de saúde pública denominada como “consultório de rua” num ambulatório móvel, que disponibilize um gabinete odontológico, uma sala de atendimento clínico e um camarim-museu, que permita o desenvolvimento de ações clínicas integradas com ações culturais, envolvendo a exposição do acervo museológico formado pelos produtos não-psicoativos derivados da planta masculina da maconha (Tecidos, chapéus, camisas, tênis, perfumes, cremes, sabonetes, xampus, óleos, medicamentos, dentre outros) e a exibição de audiovisual sobre este recurso museológico.
Tota Agra e Gilberto Gil
                          A perspectiva é que esta intervenção possa servir de atrativo para uma clientela, tradicionalmente, de difícil adesão às terapêuticas.
* Trabalho científico aprovado para apresentação na II Mostra Nacional de Práticas Psicológicas, no dia 21 de setembro de 2012, no Parque Anhembi, em São Paulo/SP, sob autoria de Alexandre Bosco da Silva Oliveira – Psicólogo, Epitácio de Andrade Filho – Médico psiquiatra e sanitarista, Juracema Gomes de Medeiros – Enfermeira sanitarista, Maria de Fátima Andrade Holanda de Albuquerque – Assistente Social e Tiara Ferreira e Andrade – Estudante de Psicologia.
 


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