A Fetraf-CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) prepara para o dia 27 de fevereiro uma grande mobilização que abrangerá diversas regiões do País.
Este será o primeiro ato da 10ª Jornada de Lutas da Agricultura Familiar organizado todos os anos pela entidade.
Na pauta de reivindicações, dois pontos centrais: a ampliação da
licença-maternidade de 120 para 180 dias, assim como já é garantido ao
funcionalismo público; e melhorias no atendimento previdenciário.
De acordo com Marcos Rochinski, coordenador-geral da Fetraf, persiste nos dias de hoje o preconceito contra os agricultores e as agricultoras familiares. “Algumas agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não reconhecem a realidade do campo, prestando atendimentos inadequados às nossas entidades”, ressaltou.
Em Brasília, a entidade será recebida pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho e pelo ministro da Previdência Social,
Garibaldi Alves Filho. “Vamos entregar formalmente a nossa pauta da
Jornada e iniciar a negociação com o governo buscando assegurar todos os
nossos direitos e conquistas no âmbito da Previdência Social”,
acrescenta Rochinski.
A pauta nacional dos agricultores e agricultoras familiares foi
construída a partir de um conjunto de sugestões trabalhadas em cada
estado e região. Rochinski informa que nos meses de março e abril haverá
o desdobramento das negociações nos diferentes ministérios
(Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Integração, Meio
Ambiente).
Agricultura Familiar em destaque- a partir de uma campanha dos movimentos sociais
iniciada em 2008 com o apoio de cerca de 350 organizações em mais de 60
países, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2014 como o Ano
Internacional da Agricultura Familiar. Para Rochinski, é o
reconhecimento da importância da agricultura familiar, que passa a
exercer um papel de destaque dentro da Organização das Nações Unidas
(ONU).
“Com isso, as Nações Unidas demonstram de fato a preocupação com a
produção dos alimentos. A agricultura familiar é o único modelo capaz de
gerar e distribuir renda, de produzir alimentos com a preservação ambiental, de garantir o desenvolvimento sustentável. Vamos cobrar do governo federal
que não basta fazer ações com as organizações e ministérios que temos
afinidade, mas será a oportunidade de dialogar com a sociedade e
possibilitar que todos possam conhecer o significado do viver na
agricultura familiar”, assinalou o dirigente.