FABIANO SOUZA
Da Redação
fabianosouz@hotmail.com
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A algaroba (Prosopis juliflora), que foi introduzida no semiárido nordestino nos anos 40 como alternativa para alimentação dos animais e uso da madeira para construção, cercas e carvão vegetal,
mas acabou sendo preterida pelos agricultores da região, poderá ser
novamente aproveitada na região. A Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), Semiárido, localizada em Petrolina (PE),
desenvolve projeto que objetiva favorecer a exploração produtiva da
algaroba sem causar maiores danos ao meio ambiente e promover o
aproveitamento das vargens para produção de forragem.
As algarobeiras estão espalhadas ao longo do leito do rio Apodi/Mossoró em vários municípios
O professor-doutor Benedito Vasconcelos Mendes, da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN) e da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA),
especialista em algaroba e um dos defensores da retomada do plantio da
árvore na região, diz que a algaroba é de grande importância para
melhorar a qualidade de vida dos produtores do semiárido. Além de
produzir madeira de qualidade
para estacas, carvão e uso em fornos industriais, ele oferece ainda as
vagens para a produção de forragem e farinha para alimentação humana. “A
algarobeira possui uma estrutura biológica que ajuda na fixação do
nitrogênio ao solo e na recuperação de áreas degradadas. No entanto, é
preciso acompanhamento, tendo em vista que, se mal manejada, pode ser
extremamente agressiva, é capaz de invadir habitats naturais e inibir a
regeneração das espécies da caatinga, reduzindo a biodiversidade vegetal
do bioma”, esclarece.
Ele lembra que quando foi introduzida no Nordeste, na década de 40, essa árvore trazida do Peru não recebeu o manejo adequado e, por isso, se espalhou de forma desordenada sobre extensas áreas com maior umidade do solo.
Ele lembra que quando foi introduzida no Nordeste, na década de 40, essa árvore trazida do Peru não recebeu o manejo adequado e, por isso, se espalhou de forma desordenada sobre extensas áreas com maior umidade do solo.
O projeto "Manejo de áreas invadidas por algarobeira"
O projeto desenvolvido pela Embrapa Semiárido intitulado "Manejo de áreas invadidas por algarobeira" conta com recursos do Programa Nacional
de Diversidade Biológica (PRONABIO) e está sendo executado em parceria
com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Diretoria de
Desenvolvimento Florestal da Secretaria de Agricultura da Bahia. Os
trabalhos serão desenvolvidos nos próximos dois anos em dez áreas de
invasão dessa espécie localizadas no Piauí, Paraíba, Bahia e Pernambuco.
Para o pesquisador Paulo César Fernandes Lima, da Embrapa Semiárido, a
retomada da algaroba merece uma abordagem mais ampla da sua presença no
ambiente da caatinga. É difícil estabelecer uma regra que a caracterize
estritamente como benéfica ou vilã. Na opinião do pesquisador, há várias
questões de ordens econômica e
ecológica que precisam ser observadas para se poder estabelecer um valor
para a planta. “Uma coisa deve se levar em conta: se mal manejada, a
espécie é capaz de causar grandes malefícios, principalmente os de ordem
ambiental”, alerta.