Brasília – Cinquenta e um por cento das obras do Projeto de Integração
do Rio São Francisco foram concluídos e metade do orçamento de R$ 8,2
bilhões já foi desembolsado. O balanço das obras de transposição do Rio
São Francisco foi apresentado nesta terça-feira (10) pelo ministro da
Integração Nacional, Francisco Teixeira, em audiência pública da
Comissão Externa de Acompanhamento dos Programas de Transposição e
Revitalização do Rio São Francisco do Senado.
“As obras do São Francisco estão caminhando em ritmo acelerado. Hoje,
temos 7.763 pessoas trabalhando nas obras. Todas as frentes de serviço
foram recontratadas e mobilizadas. A ideia é atender aos prazos
previstos para, em dezembro de 2015, termos as obras concluídas. Após
concluído e em funcionamento, o objetivo principal é garantir água para
12 milhões de pessoas em 390 municípios do Ceará, de Pernambuco, da
Paraíba e do Rio Grande do Norte”, disse o ministro.
Em março, a presidenta Dilma Rousseff havia anunciado que a obra será
concluída até 2015, mas não definiu o mês. O antecessor de Teixeira no
Ministério da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, estabeleceu
como prazo o “final de 2015”.
O projeto contempla 477 quilômetros de canais nos eixos Norte, que vai
de Cabrobó (PE) a Cajazeiras (PB), e Leste, com início em Floresta (PE) e
término em Monteiro (PB). O ministério prevê a entrega de 100
quilômetros de canais em cada eixo em dezembro de 2014. Segundo a pasta,
o empreendimento tem seis metas de execução das obras que estão todas
contratadas e em atividade.
Para Teixeira, o projeto também vai beneficiar a indústria e a
agricultura. “O grande conflito estabelecido hoje entre o uso da água
para a atividade econômica e para o abastecimento humano será dirimido.
São Francisco vai levar água para garantir o abastecimento humano e a
água vai sobrar para as atividades econômicas”, acrescentou.
Em contraste com o otimismo governamental, o presidente da comissão,
senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), considerou “lamentável” o atual prazo
de conclusão da obra, dezembro de 2015. “A obra estava marcada para ser
inaugurada em 2010. Estamos com muito atraso, fruto de todas as
inconsistências que aconteceram, desde o projeto básico, da demora no
projeto executivo, da enorme quantidade de contratos feitos e do pouco
pessoal para fiscalização. A obra só estará pronta em 2015. Até lá,
temos que buscar formas de convivência com a seca”, disse o senador.