Seca não prejudica cajucultura

sábado, 12 de outubro de 2013 Pôla Pinto


A expectativa de produtores e técnicos do setor de cajucultura do Rio Grande do Norte é de recuperação do setor que em 2012 perdeu cerca de 90% da produção.
De acordo com Fátima Lima Torres, ex-presidente da Cooperativa dos Apicultores do Rio Grande do Norte (COOPAPI), e produtora de caju em Apodi, a cajucultura potiguar caminha para a recuperação.
 
Com a produção concentrada em municípios que integram o Território da Cidadania Açu-Mossoró, principalmente na Serra do Mel, Severiano Melo, Caraúbas, Apodi e Mossoró, os números estimados para a safra 2013/2014 ainda não são os melhores. Mesmo com as chuvas registradas em meados deste ano, os índices pluviométricos não foram suficientes para garantir uma safra regular. Estimativas apontam para uma colheita de cerca de 30 mil toneladas de amêndoas.
 
“Na safra passada, amargamos números muito negativos, devido aos períodos de estiagem que enfrentamos. A produção foi em torno de 18 mil toneladas. Mas para este ano, mesmo sendo poucas as chuvas que caíram, teremos algo mais positivo, perto de 30 mil toneladas de amêndoas”, estima Simplício Holanda, integrante da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado.
Em anos de safras normais, com chuvas regulares, a produção do Estado, terceiro no Brasil em produtividade – perde apenas para o Piauí e o Ceará – chega a 50 mil toneladas de amêndoas. Para este ano, a safra poderia apresentar números mais expressivos, não fosse a presença de pragas comuns aos pomares de cajueiros, como a mosca branca, por exemplo.
 
No município da Serra do Mel, um dos maiores produtores de castanha do Estado, a maior parte dos pomares foi afetada pela praga, e em algumas comunidades, as árvores ainda não se recuperaram. “Nossos pomares foram tomados pela mosca branca, e, infelizmente, as chuvas não foram suficientes para dizimá-las. Muitos ainda enfrentam o problema e isso fará com que nossa produção seja prejudicada”, detalha Terezinha Oliveira, presidente da Coopercaju, de Serra do Mel.
 
Anão-precoce é alternativa para aumentar produção
 
Durante a realização do Seminário da Cajucultura Potiguar – Oportunidades e desafios, promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, ela disse que mesmo diante do otimismo ela reconhece que o setor enfrenta alguns obstáculos. Predominância de pomares formados por árvores “caducas” aparece como um dos principais deles e afeta diretamente a produtividade das amêndoas, segundo produto na pauta de exportação do estado. Para especialistas e produtores, a solução para elevar a produção potiguar está na substituição dos cajueiros gigantes pela espécie anão-precoce.
 
De acordo com os especialistas presentes no evento, além de possuir produtividade 50% maior se comparado ao cajueiro tradicional, outro fator presente no anão-precoce chama a atenção e desperta o interesse de produtores. “Os produtores já estão mais do que convictos de que o anão-precoce é a solução para aumentar a produtividade e a tendência é que os pomares atuais sejam gradativamente substituídos por esta variedade”, prevê Antônio Calixto, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (CE).
 
No Assentamento Novo Pingos, localizado na zona rural de Assú e referência na produção de castanha no âmbito da agricultura familiar, a substituição dos cajueiros gigantes pelo anão-precoce já atinge 200 dos 450 hectares destinados ao cultivo de castanha. A mudança é recente. O presidente da Cooperativa de Produtores de Novo Pingos (COOPINGOS), Manoel Cristiano, a ideia é, nas próximas safras, aumentar a área plantada.
Fonte: Jornal de Fato


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