Sexo frágil que nada, as norte-rio-grandenses estão empreendendo mais
e fortemente. Apesar de ainda estar em menor número, a quantidade de
mulheres potiguares que decidiram empreender e abrir uma empresa cresceu
74,2% em uma década. Entre os anos de 2001 e 2011, o número de
empreendedoras no Rio Grande do Norte passou de 66 mil para 115 mil, o
que representa um crescimento significativo frente ao registrado no
mesmo período entre os homens, cujo aumento foi de apenas 12,7%. Em
2001, os homens no comando dos negócios somavam 219 mil. Dez anos
depois, o número subiu para 247 mil.
As análises constam no diagnóstico do Anuário das Mulheres
Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado
pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e
Estudo Socioeconômico (Dieese) e divulgado nesta segunda-feira (14). O
estudo analisou o perfil de gênero nos pequenos negócios – aqueles que
faturam até R$ 3,6 milhões por ano – entre os anos de 2001 e 2011.
O Rio Grande do Norte registou o segundo maior crescimento da
participação das mulheres à frente das empresas no Nordeste, ficando
atrás apenas da Bahia. Na região, o menor crescimento ocorreu no Ceará,
onde houve uma redução de 8 mil empreendedoras no período em análise.
Retração semelhante aconteceu também em Pernambuco, com a saída de 4 mil
mulheres do comando dos negócios.
Uma das explicações para o crescimento da taxa de empreendedorismo
feminino no Rio Grande do Norte pode estar relacionada aos tipos de
negócios que estão sendo formalizados no estado. Atividades antes
consideradas informais e tradicionalmente ligadas o sexo feminino, como,
por exemplo, atuação em salões de beleza e produção de doces e
salgadinhos. É o que analisa o diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo Neto.
Segundo ele, há uma clara mudança da participação da mulher na vida
econômica do estado. “De uma maneira geral, vimos se consolidar a forte
presença da mulher nas universidades e no mercado de trabalho muito mais
que há duas décadas. É natural que isso se reflita também no
empreendedorismo. Há grandes mulheres ousando, empreendendo e comandando
com maestria e firmeza negócios no Rio Grande do Norte”, ressalta o
superintendente, destacando a presença da mulher no meio empresarial.
Em relação ao emprego por gênero, os homens continuam no domínio. Em
2001, os homens ocupavam 249 mil postos de trabalho no Rio Grande do
Norte e, em 2011, o número subiu para 352 mil. Já as mulheres antes
ocupavam 179 mil postos e, em 2011, elas passaram a deter 228 mil vagas.
No Brasil, a participação feminina no universo das micro e pequenas
empresas foi de 21,4% no período de dez anos. A presença dos homens à
frente dos micro e pequenos negócios, por sua vez, subiu 9,8% no mesmo
período. De cada dez empresas em atividade no Brasil, três são
comandadas pela força feminina.
A região Norte foi a que teve o maior crescimento de mulheres
empreendedoras no país. Em dez anos, o número de mulheres que montou um
negócio cresceu quase 80%. A região Centro-Oeste apareceu em segundo
lugar, com 43%. O setor que as mulheres mais empregam é o Comércio, com
42% de empregos gerados, sendo a venda de roupas, acessórios e calçados,
a atividade com maior concentração feminina. Os setores de Serviços e
Indústria vêm em seguida.