Em termos regionais, a maior
concentração de donos de negócio pretos e pardos está no Nordeste
(41%), seguido do Sudeste (30%), Norte (15% ) e Centro-Oeste (8%). O Sul
é a região com menor índice de empreendedores negros donos de empresas,
apenas 6%. Os dados do estudo foram divulgados nesta segunda-feira (9) e
mostram a a evolução dos negros no comando das empresas no país, nível
de escolaridade, faturamento médio anual e setores onde a presença dos
empresários pretos e pardos é mais predominante. Mas o estudo não traça
essas análises em cada uma das Unidades da Federação, apenas verifica
esses tópicos em nível regional e nacional.
De 2001 a 2011, a
quantidade de empreendedores negros no Brasil cresceu 29% (entre os que
se declaram brancos, o crescimento foi de 1%), elevando a participação
da raça negra de 43% para 49% no segmento empresas que faturam até R$
3,6 milhões por ano. Além de empreenderem em maior número que no
passado, os empreendedores afrodescendentes apresentaram também um
aumento de escolaridade, segundo apontou o estudo do Sebrae.
Apesar
de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível
escolar desse público teve um crescimento de 41% nos dez anos
analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%. Entre a
totalidade dos empreendedores afrodescendentes - 71% representados pelo
público masculino -, a escolaridade passou de 4,4 anos de estudo para
6,2 anos na última década analisada.
Ainda é grande a defasagem do
faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos, mas em uma
década o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes
cresceu 70%, ante 37% dos demais. Entre 2001 e 2011, o rendimento médio
real desses negócios passou de R$ 612,00 para R$ 1.039,00 por mês,
enquanto no grupo dos empresários da raça branca a expansão foi de R$
1.477,00 para R$ 2.019,00 mensais.
Na análise do diretor
superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo
Neto, esse levantamento aponta, apesar da desigualdade existente, para
um cenário mais promissor para os negros que empreendem. “Vemos que
houve avanços na melhoria da escolaridade e do rendimento médio. Isso dá
novas perspectivas para os negros que empreendem no Brasil e também no
Rio Grande do Norte, onde os empresários pretos e pardos são maioria”,
ressalta o superintendente.
A maior concentração dos negros donos
de negócios está na região Nordeste, somente na Bahia estão 12% do total
do país. O Comércio e a Agricultura são os setores que mais têm
proprietários de empresas que se declaram negros, ambos com 23% de
participação. Os demais se distribuem entre os setores de Serviços
(21%), Construção (19%) e Indústria (10%). (Fonte: Agência Sebrae/RN)