Negros são maioria à frente dos pequenos negócios no RN

quarta-feira, 11 de setembro de 2013 Pôla Pinto


Pequenos negócios movimentam economia do RN (Marcela Sampaio/Agência Sebrae)Pequenos negócios movimentam economia do RN (Marcela Sampaio/Agência Sebrae)Mais da metade das micro e pequenas empresas (MPE) do Rio Grande do Norte são comandas por empreendedores são considerados negros. De acordo com levamentamento realizado pelo Sebrae com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 56,1% dos donos de pequenos negócios no estado são pretos ou pardos. Isso representa um universo de 203,7 mil empresários declarados afrodescendentes e equivale a 1,8% dos empreendedores negros do Brasil. No Rio Grande do Norte são 362,5 mil proprietários de empresas, dos quais os brancos somam 156,9 mil (43,3%) e os de outras raças totalizam 1.798 pessoas (5,5%).
Em termos regionais, a maior concentração de donos de negócio pretos e pardos está no Nordeste (41%), seguido do Sudeste (30%), Norte (15% ) e Centro-Oeste (8%). O Sul é a região com menor índice de empreendedores negros donos de empresas, apenas 6%. Os dados do estudo foram divulgados nesta segunda-feira (9) e mostram a a evolução dos negros no comando das empresas no país, nível de escolaridade, faturamento médio anual e setores onde a presença dos empresários pretos e pardos é mais predominante. Mas o estudo não traça essas análises em cada uma das Unidades da Federação, apenas verifica esses tópicos em nível regional e nacional.
De 2001 a 2011, a quantidade de empreendedores negros no Brasil cresceu 29% (entre os que se declaram brancos, o crescimento foi de 1%), elevando a participação da raça negra de 43% para 49% no segmento empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. Além de empreenderem em maior número que no passado, os empreendedores afrodescendentes apresentaram também um aumento de escolaridade, segundo apontou o estudo do Sebrae.
Apesar de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível escolar desse público teve um crescimento de 41% nos dez anos analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%. Entre a totalidade dos empreendedores afrodescendentes - 71% representados pelo público masculino -, a escolaridade passou de 4,4 anos de estudo para 6,2 anos na última década analisada.
Ainda é grande a defasagem do faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos, mas em uma década o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes cresceu 70%, ante 37% dos demais. Entre 2001 e 2011, o rendimento médio real desses negócios passou de R$ 612,00 para R$ 1.039,00 por mês, enquanto no grupo dos empresários da raça branca a expansão foi de R$ 1.477,00 para R$ 2.019,00 mensais.
Na análise do diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo Neto, esse levantamento aponta, apesar da desigualdade existente, para um cenário mais promissor para os negros que empreendem. “Vemos que houve avanços na melhoria da escolaridade e do rendimento médio. Isso dá novas perspectivas para os negros que empreendem no Brasil e também no Rio Grande do Norte, onde os empresários pretos e pardos são maioria”, ressalta o superintendente.
A maior concentração dos negros donos de negócios está na região Nordeste, somente na Bahia estão 12% do total do país. O Comércio e a Agricultura são os setores que mais têm proprietários de empresas que se declaram negros, ambos com 23% de participação. Os demais se distribuem entre os setores de Serviços (21%), Construção (19%) e Indústria (10%). (Fonte: Agência Sebrae/RN)


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