O ex-ministro e ex-deputado federal Luiz Gushiken, de 63 anos, morreu
nesta sexta-feira (13) no hospital Sirio-Libanês, em São Paulo. Gushiken
fazia tratamento contra um câncer no estômago desde 2002 e morreu em
decorrência da doença, segundo a família. O velório está marcado para as
7h e o enterro para as 16h deste sábado (14) no Cemitério do Redentor,
na capital paulista.
Gushiken foi ministro da Secretaria de Comunicação do governo Luiz
Inácio Lula da Silva Lula. Ele exerceu três mandatos de deputado federal
pelo PT (1987-1990, 1991-1994 e 1995-1999).
Durante o período de internação, recebeu no hospital visitas de
integrantes do PT, entre os quais Lula, o presidente do partido, Rui
Falcão, o senador Eduardo Suplicy, deputados e dirigentes sindicais.
Bancário, Gushiken foi fundador e dirigente do PT e da Central Única
dos Trabalhadores (CUT). Exerceu a coordenação de campanhas
presidenciais de Lula e, no ano passado, foi absolvido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), por falta de provas, da acusação de crime de
peculato no julgamento do mensalão. A absolvição de Gushiken foi pedida
pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O ex-ministro foi acusado de peculato (delito cometido por servidor
contra a administração pública) após depoimento de Henrique Pizzolato,
ex-diretor de marketing e Comunicação do Banco do Brasil, que disse ter
agido a mando de Gushiken no esquema que teria desviado, entre 2003 e
2004, R$ 73,8 milhões do Fundo de Investimento da Companhia Brasileira
de Meios de Pagamento (Visanet).
O dinheiro seria uma das fontes de recursos públicos do chamado
"valerioduto", esquema pelo qual eram repassados recursos a
parlamentares como pagamento pelo apoio político ao governo Lula em
votações no Congresso, segundo o entendimento dos ministros do Supremo.
Foto postada no site Facebok pelo senador
Eduardo Suplicy; ele visitou Gushiken no
hospital nesta semana (Foto: Reprodução)
Eduardo Suplicy; ele visitou Gushiken no
hospital nesta semana (Foto: Reprodução)
Gushiken sempre negou as acusações e, em sua defesa, sustentou que não eram da sua alçada os recursos do fundo da Visanet.
Depois de deixar a Secretaria de Comunicação, Gushiken passou a ocupar a
chefia do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da
República, de onde se demitiu em novembro de 2011.
Gushiken atuou na corrente Liberdade e Luta (Libelu), braço estudantil
da Organização Socialista Internacionalista (OSI), de orientação
trotskista. Devido à ascendência nipônica, era chamado de “China” por
Lula.
Em nota, a família Gushiken confirmou a morte e lembrou os momentos
mais importantes da carreira dele. Nascido em Oswaldo Cruz (SP), casado
com Elisabeth e pai de três filhos (Guilherme, Artur e Helena), Gushiken
cursou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi
funcionário do Banespa de 1970 a 1999 e presidente do Sindicato dos
Bancários de São Paulo de 1984 a 1986.
Ele conheceu Lula quando ainda era secretário-geral do sindicato, na
década de 70. Depois, foi presidente nacional do PT (1988 a 1990) e duas
vezes coordenador da campanha de Lula a presidente (1989 e 1998).