Tem se tornado cada vez ingloriosa a luta dos sertanejos que estão
perdendo a luta contra a pior estiagem enfrentada pelos nordestinos nos
últimos 50 anos. A falta de chuva prolongada, que castiga principalmente
os municípios do sertão, atinge milhares de pessoas no Rio Grande do
Norte.
A situação mais crítica está sendo vivenciada pelos moradores dos municípios das regiões Oeste e Seridó.
Os estragos causados e os impactos atingem não apenas as comunidades
rurais de alguns municípios, mas também as áreas urbanas. Poços e
pequenos reservatórios secaram e os açudes que abastecem as cidades
nessas duas regiões estão com menos de 20% de sua capacidade. Os dados
são da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
(SEMARH), que, em parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra
as Secas (DNOCS), monitora os açudes no Rio Grande do Norte.
O açude de Pau dos Ferros, que abastece diversos municípios da região
do Alto Oeste, tem uma das piores situações. De acordo com a última
medição feita no dia 26 do mês em curso, o açude está com apenas 11,67%
de armazenamento. Há quase dois meses, a população deixou de utilizar a
água que vem do sistema de abastecimento, já que a água que sai das
torneiras apresenta forte odor e cor turva. Com isso, tem sido comum
observar carros-pipas e pessoas com baldes e latas nas mãos em busca de
água. O açude de Lucrécia, que fica na região do Médio Oeste e também
abastece vários municípios, está com apenas 11,07% de sua capacidade,
segundo a medicação feita no dia 11 deste mês.
Nas regiões Oeste e Vale do Açu, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves,
em Assú, que abastece dezenas de municípios nas duas regiões, está com
40,81% de sua capacidade, na medição do último dia 26.
Em pior situação estão os reservatórios do Seridó. O açude Itans, em
Caicó, está com 16,64%. O Dourados, em Currais Novos, se encontra com
4,23%, sem oferecer mais condições para o consumo humano.
Fonte: Jornal de Fato