Brasília (ABr) – O Cadastro Positivo – um banco de dados de “bons
pagadores” - começou a valer ontem em todo o Brasil. O banco de dados
vai manter informações de consumidores que têm histórico favorável de
pagamento. A medida pretende permitir melhores condições de negociação
entre o consumidor e o comércio.
Emanuel AmaralLojas podem usar o cadastro positivo para identificar bons pagadores e oferecer a eles vantagens
Antes
da criação deste cadastro, o que apenas existia no país era o cadastro
negativo com os nomes dos devedores. A nova lista, de acordo com
informações do governo federal, irá facilitar a vida dos cidadãos no
momento de conseguir um empréstimo ou um financiamento.
A
ferramenta poderá ser utilizada por bancos ou comércios para análise e
reconhecimento do “bom pagador”. Além disso, a proposta pretende
proporcionar aos consumidores um maior prazo no pagamento com menores
taxas de juros. A adesão ao cadastro é opcional, por isso, o consumidor
deverá autorizar a inclusão dos dados a partir de um termo específico.
Após a autorização, o participante pode acessar todas as informações
existentes, inclusive o histórico de crédito. O cadastro também pode ser
cancelado a qualquer momento. O consumidor pode aderir ao cadastro por
meio do SPC Brasil ou Serasa.
Bancos
Desde
ontem, as instituições financeiras, com a autorização dos clientes,
começaram a repassar as informações para os bancos de dados.
Para
o economista da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida, os bancos
serão os maiores provedores de dados do mercado. “Os bancos têm o maior
volume de informações dos consumidores”, disse.
Mesmo antes do
início do repasse de informações por meio das instituições financeiras,
os consumidores já podiam autorizar o seu cadastro. Desde o início do
ano, a autorização pode ser feita nos próprios órgãos de proteção ao
crédito e em lojas, por exemplo. Os estabelecimentos comerciais
alimentam o cadastro positivo, com informações sobre os pagamentos de
boletos e de operações de crediário.
O superintendente do Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, Nival Martins, disse que também é
possível obter informações por meio das empresas de energia elétrica e
telefonia. Mas, com a entrada dos bancos, segundo Martins, a expectativa
é que 40 milhões de consumidores autorizem a inclusão no cadastro
positivo em um ano e meio ou dois anos.
Para o chefe do
Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Sérgio
Odilon, o cadastro positivo vai ajudar os clientes a negociarem taxas
de juros menores devido ao bom histórico de pagamentos.
Saiba Mais
O
cadastro positivo foi criado por lei em junho de 2011 e o decreto de
regulamentação foi publicado em outubro do ano passado. Mas, em dezembro
do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou as
instituições financeiras a só começassem a operar o cadastro positivo em
agosto deste ano. Já as empresas de consórcios ganharam um prazo ainda
maior para se adaptarem. No último dia 25, o CMN adiou para 1º de junho
do próximo ano a implementação do cadastro positivo pelo setor.