Ala do PMDB ligada a Garibaldi entrega cargos e antecipa rompimento com Rosalba

terça-feira, 27 de agosto de 2013 Pôla Pinto



Walter Alves anuncia rompimentoO PMDB oficializou ontem o rompimento com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Todos os indicados da ala da legenda ligada ao ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho, se afastaram do governo.
Deixaram o governo: o secretário do Trabalho, Habitação e Ação Social, Luiz Eduardo Carneiro; o presidente da Companhia Potiguar de Gás (Potigás), Fernando Dinoá; o diretor da Companhia Estadual de Habitação (Cehab), João Felipe de Medeiros. Todos indicados por Garibaldi.
Da cota do deputado estadual Walter Alves saiu do cargo o presidente da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), Getúlio Batista.
Com isso, o único nome ainda ligado ao PMDB que segue em cargo de destaque é o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, José Teixeira Junior. Ele foi indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, em consenso com os membros do Conselho Político.
De acordo com o deputado Walter Alves, a entrega dos cargos demonstra a insatisfação com os rumos do Governo. "Foram vários episódios. Nós nunca fomos ouvidos", destacou.
Dos vários episódios, o principal é relativo a falta de diálogo. "O governo poderia ter tido dois consultores de alto nível que são o ministro Garibaldi Filho e o senador José Agripino, mas não aproveitou", desabafou.
Questionado se o afastamento dele e do ministro Garibaldi Filho seria motivado pela quebra do acordo de revezamento entre PMDB e PMN na presidência da Assembleia Legislativa, ele disse que conforme o combinado caberia ao PMDB indicar o sucessor de Ricardo Motta na presidência da Casa. No entanto, o compromisso foi quebrado, predicando Walter Alves que seria o nome para o cargo. O parlamentar nega a influência desse episódio. "Não teve. Aquilo foi uma coisa mais interna da Casa. Na verdade, a entrega dos cargos foi mais pelo desgaste", acrescentou.
O parlamentar defendeu uma candidatura própria do PMDB. "É necessário um gestor que reorganize o Estado para que ele possa ter um planejamento estratégico", frisou.
Questionado se o PMDB poderia se unir ao DEM em 2014 se Rosalba não disputasse à reeleição, Walter disse ser contra. "Vou dar a minha opinião como deputado porque quem fala pelo partido é o ministro Garibaldi e o deputado Henrique Alves. Eu acho isso (aliança com o DEM em 2014 mesmo sem Rosalba) muito difícil por causa da dificuldade com ela (a governadora)", avisou.
O deputado Henrique Alves convocou uma reunião para as 15h da sexta-feira com o objetivo de discutir a decisão.
EXONERADOS
Em meio a crise política que cerca o governo, o secretário estadual de Comunicação, Edilson Braga, e a adjunta, Valéria Costa, foram exonerados, no início da noite de ontem. Após pedir os cargos, a governadora Rosalba Ciarlini prepara o anúncio do substituto que deverá ocorrer ainda hoje.
JA diz ter feito o que pode e é lançado ao governo
Depois do PMDB, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) começa a enfrentar problemas dentro do próprio DEM. Ontem o senador José Agripino (DEM) rompeu o silêncio e finalmente analisou a crise administrativa.
O líder demista afirmou que se esforçou para tentar ajudar a governadora e aliada histórica. "Eu fiz o que pude. Lamento", disse ao Portal No Ar.
Sobre a provável saída do PMDB da base governista, Agripino disse que não comentaria o assunto. "Não, não, não, não. Não vou falar sobre isso. É uma questão do PMDB. Pergunte a eles", avisou.
Sobre o futuro de Rosalba, o senador evitou opinar. "Não tenho plano nenhum. A governadora é Rosalba. Ela que tem que ter plano. Estarei à disposição para ajudar, mas reconhecendo que isso, o plano, é de competência da governadora", declarou.
LEONARDO
Algumas horas após as declarações de Agripino tornarem-se públicas, o deputado estadual Leonardo Nogueira, líder do DEM na Assembleia Legislativa, sacramentou o afastamento do grupo da ex-prefeita Fafá Rosado do da governadora.
O parlamentar lançou Agripino para o Governo do Estado em 2014. "Seria um bom nome, um nome respeitado, seria um nome extremamente bem-vindo, pela experiência, pela maturidade, pelo conhecimento e pela capacidade já demonstrada em governos anteriores", disse ao O Jornal de Hoje.
O marido de Fafá disse entender que Agripino ou um nome do PMDB seria o ideal para tirar o Rio Grande do Norte da crise. "Ou José Agripino, ou Garibaldi, ou o deputado Henrique, qualquer um que tivesse experiência seria uma excelente opção para assumir os destinos do Estado", destacou.
Ele disse ainda que houve falta de respeito de Rosalba com os aliados e isso motivará rompimentos. "Todas as lideranças dizem, repetidas vezes, não só o senador José Agripino, mas também o ministro Garibaldi, o deputado Henrique, o deputado Ricardo Mota, o deputado João Maia, que tentaram construir o conselho, mas que o grande problema do governo foi de falta de diálogo, de intermediação, de um conselho para decidir os rumos do Estado, e, principalmente, de consideração e respeito aos parceiros políticos, aqueles que lutaram para fazer a governadora Rosalba chegar aonde chegou, isto é, ao Governo do Estado. Faltou diálogo, não só dentro da Assembleia. De todos os partidos a gente ouve isso", destacou.


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