Morre o Cantor e Sanfoneiro Domiguinhos

terça-feira, 23 de julho de 2013 Pôla Pinto



O músico Dominguinhos, de 72 anos, morreu na noite desta terça-feira (23), em São Paulo. Lutando contra um câncer de pulmão há seis anos, o sanfoneiro faleceu por volta das 18h, no hospital Sírio Libanês, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.
 Dominguinhos, que lutava contra um câncer no pulmão, havia começado a fazer hemodiálise após "comprometimento da função renal", de acordo com o hospital. Durante a internação, ele respirava com auxílio de aparelhos e usou um marca-passo para controlar os batimentos cardíacos.
A primeira internação divulgada ao público foi em dezembro do ano passado, dias depois de ele estrear um show em homenagem a Luiz Gonzaga, na cidade de Exu (PE). No dia 13 de janeiro, o compositor foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São paulo, onde entrou em coma irreversível após apresentar um quadro de infecção respiratória e arritmia cardíaca.
Durante uma de suas internações, no mês de março, Dominguinhos foi homenageado por parentes, amigos e fãs no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Grupos com sanfonas, triângulo e outros instrumentos relembraram os sucessos do artista. Muitos seguiram atrás dos músicos acompanhando a cantoria ou mesmo dançando o forró. Entre outros artistas presentes estavam os integrantes do grupo Falamansa cujo trabalho musical tem participação de Dominguinhos.
O ato foi organizado pelo produtor cultural Paulinho Rosa, sócio da casa de forró Canto da Ema e parceiro de Dominguinhos em um programa semanal de rádio dedicado ao forró, o Vira e Mexe, levado ao ar todos os sábados, das 11h às 12h, pela Rádio USP (Universidade de São Paulo).

História

Músico desde a infância, Dominguinhos foi incentivado por Gonzaga, que o consagrou como herdeiro artístico. José Domingos de Moraes, Dominguinhos, nasceu em Garanhuns (PE), em 12 de fevereiro de 1941. Começou a tocar e compor aos oito anos, com uma sanfona de oito baixos em feiras livres, para em seguida se profissionalizar com a de 48, 80 e 120 baixos.

Em 1950, ele conheceu Luiz Gonzaga, que o convidou para conhecer o Rio --o que acabou acontecendo quatro anos depois, quando Dominguinhos tinha 13 anos. Dominguinhos recebeu de seu padrinho musical uma sanfona e passou a tocar, fazer shows, participar das viagens e gravações de seus discos.

Dominguinhos teve músicas gravadas pelos maiores nome da MPB, como "Eu Só Quero um Xodó (em parceria com Anastácia), grande sucesso de Gilberto Gil, e "De Volta pro Aconchego" (em parceria com Nando Cordel), popularizada na voz de Elba Ramalho.

O pai de Dominguinhos, mestre Chicão, era um famoso tocador e afinador de foles de oito baixos. Começou a tocar sanfona aos seis anos de idade, juntamente com mais dois irmãos, em feiras livres e portas de hotéis do interior de Pernambuco.

O nome Dominguinhos foi uma sugestão de Luiz Gonzaga, que considerou que o apelido de infância, Neném, não o ajudaria na trajetória artística.

Em 1957, aos 16 anos, fez sua primeira gravação, tocando sanfona em um disco de Gonzaga, na música "Moça de Feira", de Armando Nunes e J.Portela. No mesmo ano, em viagem ao Espírito Santo, com Borborema e Miudinho, formou um trio, batizado de Trio Nordestino. Participou do primeiro disco gravado por Elba Ramalho, "Ave de Prata", dem 1979. Em 1980, participou do Segundo Festival Internacional de Jazz de São Paulo. Em 1981, participou, com destaque, do programa "Som Brasil", na TV Globo.

Na década de 1980, suas composições "De Volta pro Meu Aconchego" e "Isso Aqui Tá Bom Demais", em parceria com Chico Buarque, foram incluídas na novela "Roque Santeiro", da TV Globo, o que fez aumentar sua popularidade.

Em 1984, Chico Buarque gravou a composição "Tantas Palavras", parceria de Chico e Dominguinhos, que se tornaria outro sucesso.
Fonte: Site Tempo Brasil


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