Na
terça-feira (21), dirigentes do Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Messias Targino e do Fórum da Agricultura Familiar
participaram em Natal, do Grito da Seca no Rio Grande do
Norte, uma atividade que mobilizou cerca
de 5 mil agricultores e agricultoras familiares de várias regiões do estado.
“Muita conversa e pouca
definição”. Foi com essa frase que representantes do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST) definiram a reunião que durou quase três horas
entre a governadora Rosalba Ciarlini, secretários do Estado e representantes
dos manifestantes que ocuparam a frente da Governadoria durante todo o dia de
ontem. Após a conversa, ficou definida uma comissão que vai se reunir
mensalmente para discutir os assuntos postos em pauta pelos trabalhadores
rurais. Além disso, o Governo do Estado prometeu que, até o fim deste ano, vai
inaugurar a Central de Comercialização da Agricultura Familiar, em Natal.
O
encontro foi realizado no auditório da Governadoria e contou com a participação
do MST, Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura
Familiar (Fetraf), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado
(Fetarn), Articulação Semiárido Potiguar (Asa Potiguar), Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Durante a reunião, a governadora elencou uma série de medidas que, segundo ela,
estão ajudando os agricultores potiguares que sofrem com os efeitos da estiagem.
Construção de barragens, perfuração de poços tubulares, distribuição de milho,
armazenamento do grão, titularidade de terras, construção de cisternas foram
alguns dos pontos discutidos.
Os representantes das entidades apresentaram uma pauta de reivindicações com 27
pontos. Durante a discussão do quesito que tratava sobre qualificação
profissional, alguns participantes se irritam e disseram que o encontro não
estava sendo produtivo. “Tudo o que estamos falando aqui foi sugerido por
vocês. Estamos indo ponto a ponto”, disse a governadora.
Os manisfestantes que realizam o Grito da Seca”, pela manhã, queriam respostas
mais práticas e com definições objetivas. A Central de Comercialização da
Agricultura Familiar – que chegou a ser inaugurada pela então governadora Wilma
de Faria, mas nunca foi utilizada – foi colocada em pauta. Segundo o
Governo do Estado, o local não foi inaugurado porque havia um impasse na Caixa
Econômica Federal. “Havia a informação de que a Prefeitura do Natal, por conta
das obras da Copa, precisaria daquele espaço onde está a Central”, explicou a
governadora. “Mas isso foi descartado e, em 180 dias, vamos inaugurar”,
completou.
Apesar das informações repassadas pelo Governo do Estado, parte do grupo que
acompanhava a reunião não ficou satisfeito. O titular da secretaria de Estado
da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), José Teixeira, acatou a sugestão
de criar uma comissão para discutir os assuntos em reuniões mensais e, a cada
dois meses, com a presença da governadora. “A primeira reunião será realizada
no dia 12 de junho. Acho que o encontro de hoje [ontem] foi produtivo porque
definimos isso e avançamos em algumas questões”, disse José Teixeira Júnior.