sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 Pôla Pinto

Intelectuais ressaltam importância do encontro por integração da América Latina

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Participantes destacaram a importância da atuação do Instituto Lula em prol da criação de planos para fomentar a integração e o desenvolvimento da América Latina após o “Encontro com Intelectuais sul-americanos” realizado na segunda-feira (21), na capital paulista. “Essa é uma das instâncias que esperávamos”, disse Christian Adel Mirza, diretor executivo do Instituto Social do Mercosul. Ele ressalta que “integrar não é apenas juntar partes, mas sim conseguir uma harmonia e equilibro, onde o grande proteja o pequeno”. Apenas assim seria possível alcançar o sonho da “pátria grande, da América Latina unida”, ressalta Mirza.  Ele considera ainda que há um vazio de pensamento estratégico e político que gera a necessidade de gerar novas utopias. O encontro de ontem seria um primeiro passo nesse sentido.

Ricardo Carneiro, diretor executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ressalta que após as discussões é preciso criar uma agenda de prioridades e um programa de trabalho. Ele considera que a figura do ex-presidente Lula pode ajudar a acelerar a integração, que já vem sendo feita. Ricardo Carneiro relata ainda que o BID também tem muito interesse na questão da integração.

Para Gustavo Codas, ex-presidente da Itaipu Binacional, o momento atual é muito importante para esse debate. “Acho que nós estamos em um evento muito importante porque combina uma série de fatores totalmente novos. Primeiro, mais de uma década de governos progressistas na região. A primeira vez que um número tão grande de países tem governos de esquerda, progressistas, com o sentido comum da integração”. Para ele, é um momento de fazer um balanço das experiências realizadas e pensar os próximos passos.
 
A professora da Universidade de São Paulo, Marilena Chauí, concorda que é necessário fazer esse balanço e considera que “o arsenal de ideias de que nós dispúnhamos já não dá conta mais das condições presentes. E é preciso pensar o presente se a gente quiser intervir no futuro”. Ela considera que dentre os pontos cruciais para pensar esses próximos passos está a questão da desindustrialização e do risco de se estabelecer com a China uma relação de metrópole-colônia. Agrega-se a isso a necessidade de pensar sobre os atores políticos que protagonizariam essa integração e sobre como lidar com a chamada  “sociedade da informação” que, para Marilena, não é capaz de gerar novos sujeitos políticos, por trabalhar com noções de espaço e tempo fragmentadas.


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